Wednesday, August 19, 2009

Ditaduras para bem da Nação

Algures a meio do mês de Junho de 2005 em Londres à entrada da biblioteca da Universidade: eu e a Maira saímos da biblioteca depois de 8 horas seguidas de estudo e muito starbucks no sangue (chá preto para mim, café para ela). Vem ter connosco uma rapariga de véu preto bem coladinho à cabeça e dirige-se à Maira: “You are from Pakistan right? Why aren’t you wearing a veil? You are not ashamed? This is haram!!”

Eu e a Maira ficamos paralisadas, acho que nem respondemos nada direito. Só depois da coisa se ter passado é que começamos a ficar enervadas e a pensar no que gostaríamos de ter dito mas não dissemos. Eu fiquei louca de raiva, queria ir procurar aquele abutre mascarado de freira mal parida e dizer-lhe que a ia entregar à polícia por andar a apregoar fanatismo islâmico num pais que nem era o dela. E que se ela gostava tanto do véu devia mas era voltar para o Paquistão!!! E é assim que sem nos darmos conta nos tornamos intolerantes. Mas não consigo evitar, é que não dá, não suporto véus!! Tenho alguns amigos muçulmanos, e a Maira que é uma das minhas melhores amigas ensinou-me muito sobre o Islão. Mas uma coisa é o Islão e pessoas como a Maira (que até são a maioria dos muçulmanos) outra coisa é o que se vê por aí a olhos vistos. É que até aqui, no Camboja, onde há montes de miúdas de calções curtinhos e todas com uns cabelos enormes soltos e brilhantes, há uma minoria de miúdas que usam véu (por serem muçulmanas obviamente).

Eu nem sou feminista. Mulheres, homens, direitos iguais e blablabla, não é mesmo my cup of tea. Mas usei véu durante meses no Afeganistão e asseguro que não é pêra doce. Nem é uma questão da coisa não ser sexy ou whatever. O problema é que é desconfortável, só conseguimos olhar em frente, como se tivéssemos palas daquelas que se põem nos burros ou nos cavalos. Cada vez que alguém está ao nosso lado e nos quer falar temos que virar a cabeça e o corpo como se tivéssemos com torcicolo.

Portanto, se eu fosse presidente do Camboja proibia o uso do véu e quem não respeita-se era obrigada a andar de bikini na rua durante 2 meses!!! Se fosse presidente de Portugal fazia o mesmo, mas aproveitava e também proibia a abertura de lojas chinesas em cada esquina.

5 comments:

Pedro M. said...

O véu, burka e afins não são peças de vestuário tão más como dás a entender. Se tivesse uma rapariga no meu quarto e ela usasse uma burka de seda, sem nada por baixo, eu era rapaz para não ficar nada chateadinho. Duvido é que ficasse inteira por muito tempo.

CAL said...

Com aquela da loja dos chineses, arranjaste anónimA/Os ressabiadA/Os para o resto desta e das próximas duas vidas. O melhor é deixares o budismo e voltares a ser católica apostólica romana. Sempre é só uma vida de suplício.

:P

P.S. És budista, não és? :-/

edu said...

Com os chineses o negócio é bem mais perigoso. Temos de ter cuidado com o cu, visto que eles abrem uma loja em tudo o que é buraco!

CAL said...

Ahahahahahahah Edu!
Muito bom! :D

CAL said...

Já cá estás?