Tuesday, September 28, 2010

Fazem literalmente 40 graus la fora e ja estamos no final de Setembro. O ar condicionado nao funciona, a ventoinha deu o berro e nao ha sinais de qualquer brisa a passar pela minha janela. O ceu esta meio nublado, preve-se uma tempestade de areia (dust storm) para amanha. Aquele sentimento de aventura, de estar no terreno a contemplar o deserto Iraquiano, as exploracoes petroliferas ao longe, as filas de carros blindados e soldados americanos, as visitas aos campos de refugiados…. Esse sentimento perdeu-se algures, nao sei bem onde . Instalou-se a vida quotidiana, a monotonia, aquilo que nos leva a esquecer que ha menos de meia duzia de anos este territorio foi palco de guerras sangrentas. Que aqui mesmo ao lado raros sao os dias em que nao morre um official num atentado a bomba. Agora o que importa e: o menu para o almoco, o menu para o jantar, a festa de fim de semana, em que restaurante vamos jantar na quinta, se temos green light para ir ao bar da esquina, se algum dia vou casar ou se fico para tia, se o amor existe mesmo, se ha algo como o homem ideal, se nao estarei a perder o meu tempo aqui em vez de estar a gozar a vida ao lado da minha familia, que sinto a falta dos meus amigos, que quero ecomprar roupas giras e ir ao spa, que o queria mesmo era ter sido bailarina ou actriz, musica ou pintora ou outra coisa qualquer assim ligada as artes que me permitisse exprimir coisas que nao se experimem por palavras , que estrategia louca poderei arranjar para um dia poder viver em Nova Iorque.

E assim… ao analisar todos estes pensamentos que me passam pela cabeca, pergunto-me se mereco receber emails de amigos e familia a dizer que admiram o trabalho que aqui faco.
A unica coisa que vale mesmo a pena e poder ter um contacto directo com o staff local, poder partilhar e aprender. Vou levar muito mais daqui do que algum dia poderei oferecer ao povo Iraquiano.

Sunday, July 25, 2010

Talvez a pior sessao de fotos que alguma vez fiz das minhas ferias.... mas mesmo assim vale a pena ir ate Bozzcada!!!





Parece quase o Algarve, com a diferenca que:

- e uma ilha na Turquia

- o mar e mais quentinho e sem duvida mais transparente

- turistas que existem sao no minimo um terco dos que se ve no Algarve e os que existem sao locais (aumenta logo o nivel de turismo devo dizer)
- so existe uma vila pequenina na ilha, com o charme de Monchique (menos aquelas casas modernas ranhosas que os arquitectos da CMM decidiram deixar construir um pouco por todo o lado, mesmo ate no centro da vila- mas pronto, nao falemos de desgracas)
Pena nao ter mais fotos, mas em breve coloco umas fotos de Istanbul!!!

Tuesday, June 29, 2010

Isolation Effect ou como ficar maluquinho...

Eu bem que quero escrever em Portugues, quero mesmo, mas nao tenho acesso a quaisquer acentos neste pc, o que faz parecer o meu portugues (ja bastante enferrujado) uma coisa ridicula. Avante. Estamos aqui tao isolados que a unica forma de nos conectarmos ao mundo e partilharmos o que sentimos e vivemos e atraves de skype, emails e para os mais arrojados e desprovidos de sentimentos estilo: privacidade e exclusividade de partilha de informacao – Blog. Mas o meu grande pecado e mesmo o Facebook. E que com facebook eu nem preciso de blog, qualquer coisinha so me ligo a ele e posso saber tudo o que se passa la fora (tudo tudo nao – mas tenho feito umas descobertas). Por exemplo descobri que o meu ex-italiano (lindo de morrer) se casou este weekend com uma Espanhola. C%&^* se nao ganharmos este jogo contra Espanha… nem sei, a minha motivacao e tao grande mas tao grande de os ver perder que vou andar aos guinchos aqui no bar da localidade.

Outra coisa me faz escrever menos no blog – o facto de ter um montao de amigos que estao aqui mesmo na casinha ao lado a mao de semear. E por este motivo passo menos tempo sozinha e por passar menos tempo sozinha da-me menos para pensar na vida e mais para vive-la na realidade. Isto nao quer dizer que eu tenha muito para fazer… a unica coisa e que o tempo que tenho passo-o com as mesmas pessoas – sempre as mesmas. Logo o que fazemos? Pouco devo dizer. Aqui sempre temos uma pista de patinagem (insolito), bowling, bar e uma piscina por isso da para o gasto basico basico. Mas quando o fim de tarde chega, os DVDs se esgotaram e estamos em frente das mesmas pessoas que conhecemos e vemos diariamente ha mais de 5 meses e preciso puxar pela imaginacao.

Ahhh, e imaginacao devo dizer e coisa que nao nos falta. Fizemos comida portuguesa (mas substituimos o bacalhau por frango – nhami), um “food contest” e um “stupidity contest” tudo no mesmo serao. Ora havera coisa mais estupida que snifar po de pimento vermelho? (experiencia insolita devo dizer) E jogar ao truth and dare quando estamos todos na casa dos quase 30 ? e imitar pessoas a falar chines durante 3 horas seguidas?

Isto e o efeito psicologico que estas missoes tem em nos: ficamos parvos, de verdade. Lembro-me no Afeganistao, quando nao tinhamos nada para fazer houve um ser brilhante que se lembrou de beber 2 garrafas de Tabasco. 3 horas depois ainda estava na casa de banho a vomitar… mas pelo menos providenciou entertainment a todos naquela noite.

Monday, April 5, 2010

Aventura Indiana Jones!!!

Fui ate ao deserto de Wadi Rum, Petra, Dead Sea e Red Sea :) um sonho!!! Recomendo. Quando cheguei a Petra a maquina ficou sem bateria (preciso ser muito toto como eu para deixar algo assim acontecer). Fotos de Petra e dead sea em breve .

Continuo a nao perceber como e que todos nos fechamos os olhos a esta realidade



Ainda ontem estava a ver um documentario na BBC sobre os prisioneiros de Guatanamo e sobre a triste e inevitavel realidade que obriga o Presidente Obama a postpone o encerramento desse famoso establecimento. Quando ouvimos alguns daqueles prisioneiros ou ex-prisioneiros falar este argumento vem sempre ao de cima: "we fight for our brothers in Palestine". E enquanto fecharmos os olhos ao que a imagem acima tao bem exemplifica, estes radicais vao ter sempre um argumento "valido" para continuar a explodir gente inocente a torto e a direito. Pior, vao continuar a propagar um Islao radical e sem qualquer misericordia, sem nexo, sem humanidade, sem racionalidade alguma. Como podemos nascer, viver e morrer numa prisao? Os Palestinianos nao tem nenhuma saida - aquela dita "agua" ao redor das suas casas e familias nao os deixa respirar.


Nao sei muito sobre o assunto, mas algo que a historia nos ensina e que um Estado que baseia a sua existencia na religiao so pode mesmo trazer merda. Basta olharmos para o Afeganistao Taliba, o Paquistao que construiu a sua identidade na religao em oposicao a um estado secular como a India, e Israel pois esta claro!!! Um povo que sofreu tanto nas maos de outrem tem a obrigacao humana de facilitar o processo de paz e construir a sua identidade num verdadeiro estado secular aberto a todas as religioes e culturas.
E pronto agora vou ter uma aulinha de yoga com um amigo meio Israelita... mas nao lhe toco no assunto, just in case quero sair da aula viva.

Friday, March 5, 2010

I first started to blog just as an escape to the long lonely evenings I used to spend in my room in Battambang, Cambodia. I wanted to share my feelings, and it soon became an addiction. When you spend your days working and you meet very few people outside your work environment there is this need to share daily things, like: “I felt like punching my boss” or “I feel like leaving immediately and go back to my parent’s house and the comfort I always find there”. I also wanted to share simple ideas about life, relationships, fashion, food, gossips and human beings in general, all we have: good and bad, superficial and deep, beautiful and embarrassing moments. But above all there was something deeper; I wanted to make a statement, to share with people how I see this so called humanitarian world. The travelling, the cultural exchanges, the loneliness, the craziness, the narcissism, the ambiguity and paradoxes we face every day, the friendships we make, the lovers we may find, the lies we tell ourselves, the things we want to believe in and the things we make ourselves believe in.

We spend our days working on highly complex documents, on policy making strategies, on discussions on how to solve this and that problem, on how to respond efficiently and sustainably to the problems faced by the hosting communities. All is in our head, all is about papers, contacts, funds, resources, concepts and frameworks, socio-economic theories, political trends, human rights approaches, etc. We criticize the corruption, the inefficiency, the laziness and we often get desperate because things don’t move as we wished so. You will find plenty of blogs, articles, studies regarding a full set of subjects related to humanitarian aid and development strategies. I won’t say these are not useful references, but there is a human side to all of us and I feel we concentrate too much on theory and little on humanity. How about the communities we work with? Do we understand them? Do we want to understand them? Or prefer to simply prescribe them what we think is more suitable for their well being?

Call me silly, but I think all theories are nothing if not accompanied by a human touch. I have fun, I meet very interesting people, I implement some projects which I honestly think can have a positive effect on communities, my ego gets pretty big when I feel I finally grasped the meaning of this or that theory, that I proved my point of view to that or that UN, World Bank or INGO representative. But at the end of the day we make mistakes, we all make a lot of mistakes. So we have to remind ourselves to be humble. It doesn’t mean we should stop doing our work, but at least be conscientious that even if we understand intellectually all en vogue theories and concepts this does not mean we are doing a good work.

Tuesday, March 2, 2010

It's just too good to find out your boyfriend's ex-girlfriend is ugly and fat!! Thank you facebook!

Eu queria mesmo era ter posto esta frase no meu perfil de facebook mas depois ele ia ver e provavelmente ia ficar chateado comigo. Assim pode ser que se passem umas semanas ou quem sabe uma vida sem ele saber. Mas eu precisava, tinha mesmo mesmo que deitar isto ca para fora.

Ja tinha lido num outro blog algo interessante em relacao a este subject. A verdade e que os rapazes acham sempre que as suas ex namoradas eram uma giracas, que toda a gente olhava para elas quando elas passava etc, etc, etc. Ora ha quem aguente isso, mas eu so de pensar ficava verde de ciumes ( cheia de inveja va, tenho que ser sincera).

Tenho a impressao que para um rapaz admitir que a sua ex namorada nao era assim uma bomba e uma tarefa quase impossivel.

Mas ainda bem que existe o facebook e que la consegui descobrir uma foto da dita cuja (assim por azar que eu nao passei horas a procura dessa pessoa no facebook, tenho mais que fazer humm).

Nao tenho nada contra gordinhas, cheinhas, etc. Alias eu sempre quis ter um rabo como o da Jennifer Lopez e acho mais giro ter curvas do que ser assim uma magricela. Mas que a coisa que eu vi no facebook era feia e gorda nao ha quem possa negar!! E eu ganhei a lotaria, porque isto de passar o dia em conferencias com o Ministro da Saude de um lado e o do Labour and Social Affairs do outro nao e pera doce, temos que encontrar escapes.

Aii Shanti, es tao superficial. O que conta ela ser feia ou nao? se calhar era uma pessoa espectacular, querida, atenciosa e muito charmosa (ate rima). A minha resposta: Whatever!!!

Sunday, February 28, 2010

Erbil

A citadela de Erbil, a cidade mais antiga do mundo

Top models e afins

Há coisas que por muito que eu tente não encontro explicação. Estilo por que raio não nasci com os olhos verdes da minha mãe? E as mamas das minhas primas? Mas uma das coisas que mais me intriga é conhecer raparigas lindas (não estou a falar das giras ou mais ou menos mas daquelas que são lindas mesmo) antipáticas. Tipo, ok só por serem lindas não têm que estar sempre de bom humor e mostrar os dentes por tudo e por nada. Mas daí até fazerem aquelas caras de vaquinhas enjoadas vai uma diferença. Se eu fosse linda linda e visse assim uma rapariga média, juro que seria super simpática com ela. Ok, eu até sou simpática com toda a gente (a não ser que me f… muito o juízo), mas se fosse linda linda sentia-me na obrigação de sorrir e ser querida a duplicar com as mais feias e medianas. Acho que é uma obrigação das lindas. É o mesmo que se formos multimilionários e não dermos dinheiro nenhum a instituições de caridade e ONGs e coisas desse género. Fica mal, é feio pronto. E serem antipáticas connosco comuns dos mortais? Serve-lhes de quê? Não percebo, se as outras raparigas não representam qualquer ameaça, se são simpáticas e queridas (como eu) e lhes sorriem um sorriso de admiração (estilo “ai quem me dera ser como tu” ou “és tão linda”) de que lhes serve fazer uma cara de cu? (mesmo que nelas uma cara de cu ou outra qualquer lhes fique sempre a matar).

Há quem diga que se sentem observadas e que por serem lindas são maltratadas pelas outras raparigas mais feias que têm ciúmes delas. Isso até pode ser verdade nalguns casos. Mas e quando somos simpáticas com elas e nos encontramos num ambiente onde poderíamos eventualmente trocar meia dúzia de palavras amigáveis tal qual o resto das pessoas que acabaram de se conhecer numa festa entre grupos de amigos? Porque têm que passar ao nosso lado com aquele ar altivo e distante como quem “sou melhor que todas, nunca serão como eu, vocês não me chegam aos calcanhares”? Ultrapassa-me este fenómeno.

Posto isto conheço raparigas lindas que são uns xuxuzinhos de amor.

Wednesday, February 17, 2010

Iraq: not running or scrambled

(aviso nao tenho acentos neste computador). Erbil e INSOLITO. Ha Mango, Adidas, Levis e vai abrir uma pizza hut. Tenho mais coisas aqui que a minha irma alguma vez conseguira encontrar na terceira maior cidade de Gujrat na India. A minha casa fica num bairro tipico, tipico americano (mas chama-se english village: dahhh), as casinhas todas umas ao lado das outras, com jardins bem aparados, jeeps xpto nas entradas, e tudo o mais a que uma desperate housewife americana tem direito. La por dentro as condicoes sao a priori boas, mas....
a electrecidade cai cada hora, hora e meia. A net cai cada 20 a 20 minutos,quando nao fica inconsciente durante 3 horas ou mais. Fiquei com o cabelo todo ensaboado agarrada ao chuveiro durante 20 minutos esta manha ate a agua voltar a escorrer (coisinha boa).
Fora de Erbil a caminho de Sulaimanyah avistam-se paisagens lindas e a fronteira com o Irao. Sente-se quase o mesmo quando subimos de Kabul ate Mazar no Norte do Afeganistao, mas e aquela sensacao do parece mas nao e.
Ate agora nao vi pobreza nenhuma por estes lados do mundo, fico contente. As criancas estao bem nutridas, as mulheres devo dizer estao ate bem nutridas demais (balofas va). Se isto continuar assim vao ser umas belas ferias de 1 ano. Nahhh, trabalhamos como umas bestas quadradas, sem exagero 12 horas por dia. Chegamos a casa e como vivemos todos juntos falamos de trabalho de manha, a tarde e a noite. Respiramos trabalho, comemos trabalho e ... nao isso nao.
O meu chefe (que e homem, gracas a deus que nao me calhou mais uma vez uma mulherzinha na casa dos 40 ou 50 frustradinha da vida) e um querido. Os kurdos, sao educados mas tal como a maior parte dos arabes (mesmo que se eu chamar arabe a um kurdo me abilite a levar uma estalada ou coisa pior) os homens tem assim aquele olhar de nojinho estampado na cara. Mas os homens aqui no meu escritorio (kurdos) sao muito simpaticos e respeitadores, tenho sorte :)
As mulheres andam na rua a vontade umas com veu outras sem (nada que se compare ao Afeganistao e aquelas burkas horrorosas). Pronto, e agora vou andado que o trabalho aguarda por mim impacientemente. Ainda nao tenho fotos e ainda nao desfiz a mala, mas quando a vida comecar a ser normal postarei fotos.

Tuesday, February 16, 2010

Why did so many people died in Haiti

http//news.bbc.co.uk/2/hi/americas/8510900.stm

This explains, in part, why we need to work hard on governance!

Saturday, February 6, 2010

Amman é assim daquelas cidades que não sabemos se havemos de gostar ou não. Ora estamos num bairro com oliveiras e casinhas estilo Middle East, ora estamos rodeados de edificios de 50 andares. Ora passa uma mulher de véu, ora outra de cabelos ao vento e maquilhagem carregada acompanhada de jeans bens apertados. Os carros são modernos e recentes, à excepção dos taxis que são um pouco mais velhotes (mas já os vi piores em Lisboa). Os taxis andam rápido, muito rápido, mas se há estradas que aguentam a boa velocidade há outras que basta um deslize para nos espalharmos redondos.
Os centros comerciais são grandes e o cenário é mais ou menos este: rés do chão lojas com roupas e sapatos estilo feira ou loja dos 300, mais barato e rasca é mesmo impossivel. Depois há umas escadas rolantes e damos de caras com a Mango, Zara, Divani Divani, Apple - parece que mudamos de dimensão ou de planeta. Subimos ao andar da comida e lá está o "tradicional" Mcdonalds, Pizza Hut, mas uns quantos restaurantes com comida local, turca, indiana, chinesa e até mesmo sushi (para os connaisseurs). A diferença dos os outros centros comerciais de Portugal é que há, sem exagero, uns 300 homens todos a fumar amontoados em mesas: wicked!
Bebi mais alcool desde que cheguei cá do que durante os 4 meses que estive em Portugal. Aqui a cultura dos meus colegas é trabalhar até à exaustão sair do trabalho e ir directo para o Sheraton aproveitar a Happy Hour: get 1 and the second is free. Sessões de Karaoke, restaurantes a 60 euros por refeição (fiquei com os olhos em órbita), sushi e saké. Era de esperar que o meu corpo não aguenta-se este ritmo e ontem là tive a minha sessão de ir ao grego (já là ia algum tempo). Mas esta manhã (aqui os fins de semana são sexta e sábado mas trabalha-se ao domingo) là tive que ir trabalhar com o meu boss acompanhada de um brunch com uma bela vista sobre a cidade. O brunch café estava repleto de expatriados, naquele género de ambiente boémio, intelectual, todos com os seus laptops de fora acompanhados de um café, panquecas e scrambled eggs. By the way, o meu boss é um amor, està provado: chefes e eu tudo na boa, desde que não sejam chefes mulheres porque ai não há cú que aguente!!
Aqui faz frio, como em Portugal (até nevou um bocado ontem) a diferença é que as casa têm aquecimento central!!! Para um país ainda em vias de desenvolvimento, parecem-me mais avançados da mona no que respeita a aquecer as casa no inverno e não andar com 70 camisolas de lã colados a um aquecedor a óleo e com um saquinho de àgua quente para levar para a cama e aquecer os pés.
Estou ansiosa por chegar a Erbil.
By the way tenho vários colegas e uma grande amiga minha em Port au Prince, espero em breve colocar aqui uma fotos do trabalho que se faz por lá no terreno e talvez uma entrevista para quem está interessado em saber mais sobre a coordenação humanitária no terreno.

Thursday, February 4, 2010

Esta a nevar em Amman!
Vi um poster do Cristiano Ronaldo na praceta principal. Dizem que ha um igual em Erbil!

Saturday, January 30, 2010

E é por estas e por outras que de vez em quando là se raptam uns quantos!!

Isto é mesmo mesmo de verdade e é publicado na internet em sites sérios (patrocinados pela ONU):

Chief Financial Officer
Opportunity Type: Job
HOPE International
Location: Afghanistan

Blablabla, descriçao do job post, requisitos, etc tudo disponivel em: http://www.microfinancegateway.org/p/site/m/template.rc/1.11.124235/

E depois
Required Qualifications:
Personal confession of faith in Jesus Christ and commitment to mission and vision of HOPE International;


STOP - O quê caralho???? O que tem o cu a ver com as calças? Ahh e depois queixam-se que num pais muçulmano levem nos cornos. Se vier para aqui uma organizaçao qualquer a proliferar a sua religiao em nome do desenvolvimento e da ajuda humanitària, fazemos-lhe o quê?? E assim fizeram na India, em troca de um litro de leite obrigavam uma familia a converter-se!!!

3-5 years experience in microfinance, banking or financial services sector, preferably in Central Asia;
MBA, CPA or advanced degree in relevant field;
Excellent analytical and problem-solving skills;


Blablabla e continua (a ver no site acima mencionado)

Friday, January 29, 2010

Ahh Leão

Jà se tornou praxe eu ter que passar por esta "linda" cidade antes de ir para o meu novo destino. Sabem a chuva que molha parvos? Aqui é a neve que engana parvos, daquela que cai, que faz frio, que nos gela o cérebro mas que não assenta no chao e que não nos deixa fazer bonecos de neve. E eu a pensar que: jà que não posso ir a locais exoticos nos proximos tempos podia pelo menos vislumbrar neve da verdadeira. Nem isso.

Logo, com este frio + cinzento là de fora + simpatia dos Franceses (porque poucos sao como o meu to be) tento acabar as reunioes o mais ràpido possivel e correr num àpice para o hotel onde fazem mais graus do que em qualquer casa onde eu tenha posto os pés este Inverno em Portugal. Com este frio, o aquecimento aqui permite-nos andar nuzinhos no quarto sem sentir mesmo um calafrio. A TV é toda dobrada em Francês, và là que basta olhar para a cara do Joey (Friends) para nos dar vontade de rir, mesmo com aquela vozinha de Torre Eifel.
Chego à Jordânia no Domingo e vou poder escrever de um teclado com acentos. Pessoal venham visitar-me!!!

Thursday, January 21, 2010

Eurekinha

Estava aqui a fazer uma pesquisa na net sobre Santorini, onde provavelmente vou passar uns belos dias no fim de Abril, inicio de Maio, e encontrei um blog com montes de dicas sobre a ilha dando uma perspectiva pessoal da experiencia da visita à ilha (e nao aqueles sites que até dao jeito mas que sao pao pao queijo queijo e mai nada). Nao que eu viaje assim muito muito mas como o meu blog tem andado assim meio chocho, para nao dizer uma merdinha, pensei que seria uma boa ideia começar a escrever sobre alguns sitios que visito.

Fiquei a saber hoje que vou mesmo parar ao Iraque, precisamente a Erbil - no Kurdistao. Ora eu vi fotos de Erbil e posso dizer que aquilo nao é là muito giro, é capaz de me dar alguns posts para contar uma ou duas coisinhas, mas a nivel de visita turistica nao hei-de ter muito para contar. Por outro lado, o lado bom é que fico ali no Médio Oriente nao longe de sitios incriveis: Jordania (onde irei passar 1 semana no minimo cada 2 meses), Egipto, Israel, Libano, Siria, Palestina, etc. E se eu visitar esses sitios lindos penso que terei uma fotos giras para partilhar convosco, assim como alguma informaçao util para quem quiser là dar uma voltinha.

Um parenteses (Erbil nao é um local nada perigoso, nao se compara a Bagdad, quase nunca ha atentados suicidas e vou estar em plena segurança, nao podendo por isso vangloriar-me de algum acto de heroismo, tipo sobreviver a um kidnapping ou cenas macabras desse género que se vive agora no Afeganistao. Quem quiser vir visitar-me é so avisar :)

Sendo assim, com esta minha nova resoluçao para o blog, deixo aqui a minha primeira impressao de uma das minhas viagens favoritas - Rio de Janeiro:
- a areia branquinha banhada pelo mar quentinho e limpo mesmo mesmo no meio da cidade! Isto é algo raro para nao dizer unico no mundo. Ipanema bate tudo!!
- aqueles corpinhos bronzeados a passearem-se a e jogarem volei é um quadro a contemplar!
- O contraste do mar azul com o verdejante das montanhas é super mega exotico parece que estamos nas Seychelles ou Haiti com a variante espectacular de estarmos no centro de uma metropole com lojas, top-models, glamour, night-out ao estilo de LA ou NYC (nao que eu tenha estado em nenhum destes 2 locais mas sei dar aso à minha imaginaçao - e os filmes ajudam sempre)
- Nunca comprei roupas tao lindas a tao bom preço. Quem là và do sexo feminino tem que passar pela loja Cantao, algures entre Ipanema, Leblon e Lagoa (sou um pouco nula em geografia)
- Sucos de frutos frescos, àgua de coco, comida boa e variada (encontram desde sushis até indianos, passando por comida portuguesa de primeira categoria) caracteriza toda a zona das praias e o centro
-Por falar em centro, o Centro do Rio tem altos arranha-ceus, parece que estamos numa grande cidade ao estilo de NYC ou Tokio (mas mais kenininho) tendo muita cultura, museus, concertos e exposiçoes à disposiçao
- Com aquele ambiente ninguém pode ter preguiça de "malhar" tudo puxa para fazer exercicio
- Algumas favelas estao tao bem situadas que a vista de là chega até a ser bem melhor que aquela conseguida pelos habitantes chiques da Lagoa ou mesmo barra da Tijuca.
- Nao senti insegurança nas ruas. Regressei a casa dos nossos amigos (ali mesmo na esquina Ipanema/Copacabana) a pé de noite - cerca das 11 - perto de uma favela e ia na boa sem perigo algum.
- Visitei uma favela (onde a vista nao é nada gira como as das outras que referi anteriormente) dentro do complexo do Alemao (o mais perigoso e menos bem situado). A entrada é decidida por homens armados. Na semana anterior à nossa visita uma criança tinha morrido vitima de uma bala perdida entre luta de gangs e a policia. Mas para além destas fatalidades que acontecem com alguma frequencia mas nao semanalmente, as favelas parecem seguras. As pessoas circulam livremente, nao se assiste a cenas de violencia gratuita no meio da rua. O sistema de solidariedade dentro das favelas parece funcionar melhor do que o nosso cà em Portugal e existe gente muito competente à frente das ONGs locais.
- Para quem nao gosta de glamour, top-models, praias lindas, shopping e viagens ao centro das favelas hà sempre a vista espectacular do Pao de Açucar, Cristo, Floresta da Tijuca, Santa Teresa (de bondinho) e a night out na Lapa e outros neighbourhoods mais populares.
- Sobre aos cariocas jà sabemos como é, basta ver novelas, sao tal e qual: boa onda, simpaticos, festeiros. Pessoalmente acho que é mito que as mulheres là sao lindas: ha lindas e feias (mesmo que nas praia haja uma boa percentagem de corpinhos bonitos - meninos e meninas - um pouco acima da média do que se encontra em Portugal).
E pronto podia continuar, mas jà chega.

Wednesday, January 20, 2010

Ajuda vs blabla

Nao ha duvida que é facil criticarmos a forma como a ajuda humanitaria e a resposta internacional (nao) esta a chegar ao Haiti. Para quem està de fora e olha para o contexto parece quase inacreditavel que haja um montao de médicos, enfermeiros, engenheiros e pessoal humanitario todos bem alimentadinhos nas suas tendas xpto sem nada para fazer dentro do perimetro do aeroporto de Port-au-Prince. Os jornalista explicam: Nao ha segurança, logo a ajuda nao consegue sair sem ser com protecçao armada. Como hà poucos soldados disponiveis a ajuda ali fica paradinha à espera, enquanto as pessoas deseperadas tentam encontrar filhos e irmaos, comida, àgua, medicamentos que lhes permita sobreviver mais um dia.

Da pouca experiencia que tenho posso dizer que distribuir comida em "non-secured context" é perigoso e pouco eficaz. Quando abri um pacote de bolachas em frente a um grupo de 15 crianças afegas atiraram-se a mim e umas às outras para conseguir uma bolacha. Num abrir e fechar de olhos jà nao havia bolachas. As crianças mais fortes conseguiram tirar 5 ou 6 bolachas, as mais pequenas e menos fortes, nem sequer lhe sentiram o gostinho. Foi injusto, haviam cerca de 20 bolachas, dava para todos, mas os mais fortes encheram a pança a dobrar.

Os saques aos supermercados sao feitos por grupos armados que mais tarde vendem a comida à populaçao capaz de pagar por ela. Imagino que muitos dos caixotes de mantimentos enviados do ceu pelos helicopteros americanos foram resgatados por grupos armados que depois irao vender a comida às familias esfomedas. Nao ha numero suficiente de homens no terreno para garantir esta distribuiçao de alimentos e penso que mais vale chegar algo là que nada de nada. Que venha do ar, que seja por saque. nao é perfeito mas ajuda alguma coisa.

Percebe-se que é dificil coordenar a ajuda alimentar neste contexto. Mas e a outra ajuda? O que os impede de montar campos de refugiados com tendas? O que impede de transportar mulheres e crianças para locais seguros fora do Haiti? Afinal a 50 klm està a Republica Dominicana bem segura, podem montar campos por là. A 100 Klm està Guantanamo, também territorio seguro onde a ajuda internacional pode operar em segurança. O militares conseguem levantar campos em 2 dias. Esses campos podem pelo menos ter ajuda médica, àgua e comida. Mesmo campos dentro do territorio haitiano podem servir para registar as pessoas, trilhar quem precisa de uma ajuda médica mais profunda e que possa ser transportado para o idilio = aeroporto de Port-au-Prince. Esses campos nao seriam pilhados porque nada haveria là para roubar. Nao vi imagens dos grupos armados a atacarem os jornalistas com camaras de filmar carissimas, logo nao me parece que entrem num campo de tendas com pessoas là dentro e nada de mais.

Um médico precisa mesmo de escolta militar para avaliar quem previsa de uma amputaçao? O que impede aqueles jovens administradores da AMI ,que sairam de Portugal bem alimentados e fortes que teem as suas familias em boa saude e em segurança, de ir para o terreno e ajudar a esgravatar a terra com as suas proprias maos? O que impede aqueles jornalistas de usar os carros para transportar mortos que estao a apodrecer no meio das ruas (ainda)?

Obviamente que hà falta de coordenaçao e, mesmo depois do tsunami, a ajuda humanitaria internacional nao està pronta para reagir eficazmente a esta situaçoes. So depois desta desgraça é que provalmente se vai pensar num organisamo coordenador internacional capaz de responder à proxima (eventual) desgraça desta dimensao. Claro que o contexto de violencia nao ajuda, mas isso nao justifica esta inércia de muitos daqueles que estao ainda parados naquele aeroporto.

Vi na tv meninas de oculos de sol a dedicarem-se a uma so criança durante 4 horas, por essa crianças ser fofinha. Mas que porra: puxem as mangas e vao escavar!!!! é de louvar o trabalho dos médicos, soldados e dos experts em encontrar sobrevientes entre os destroços. Nao me parece que seja altura neste momento de enviar muitos generalistas para o Haiti. Administrativos da ONU, pessoas a fazer assessments, etc. Assessments e levantamento de necessidades sim mas feito por quem sabe fazer algo mais que somente isso. é que quanto mais gente para là vai mais àgua e alimentos sao precisos para essas mesmas pessoas. E neste momento nao me parece que convenha construir no aeroporto de Port-au-Prince um compound de luxo para expatriados que coçam o rabinho e se armam em herois enquanto o Haitianos morrem de fome.

Parece-me, posso estar enganada, que o essencial é:
1) enviar mais e mais capacetes azuis, capazes de assegurar o trabalho dos médicos e distribuiçao de alimentos mas também eles mesmo fazerem a distribuiçao dos alimentos (quanto menos expatriados nao especializados melhor! pois mais sobra para quem precisa)
2) campos com tendas que protejam os haitianos do sol abrasador, permitam registos da situaçao das pessoas com necessidades de ajuda medica especializada (amputaçoes, operaçoes, etc)
3) medicamentos com fartura para desanuviar a dor de muitos
4) Muitos, muitos, muitos peritos capazes de esgravatar os destroços. Hà crianças ali em baixo e podem estar vivas!!!
5) Por ultimo nao me parece totalmente descabido começar a procurar espaços (dentro e fora do Haiti) que sejam mais seguros para providenciar a ajuda necessaria. Nao precisam de ficar todos coladinhos no aeroporto mesmo ao lado dos saqueadores e bandidos.

Thursday, January 14, 2010

3 Milhões de pessoas! Mais de 100 mil mortos. Perante este acontecimento nem dà vontade de nada...

Saturday, January 9, 2010

Fez-se luz...

... e Portugal iluminou-se quais Descobrimentos, Camões ou Saramagos!! São eles, vêem ai e traguem oves, vestidos de noivos, recepções, cocktails, buzininhas, beijinhos na boca, etc e tal. Viva os Socialistas e o pessoal de esquerda!! Não que eu seja socialista, nem mesmo que ache que um governo de esquerda seja o melhor para o nosso pais ( por vezes até penso que uma mão de ferro da direita não faria mal no nosso contexto actual, mais isso é outra historia).
Se tivesse ido a referendo, o casamento homosexual em Portugal nunca teria visto a luz do dia. E isso faria algum mal? Mal mal até acho que não fazia assim muito. As pessoas que gostam umas das outras podem viver juntas, fazer festinhas, andar de mao dada na rua, dar beijinhos e tudo o mais. Assinar um papel ou uma treta qualquer não deve fazer assim uma diferença tão grande.
Ai coitadinhos dos homosexuais não se podiam casar que traumatizados, que injustiça tão grande não poderem assinar um papel - Nada disso!! A questão é que se essa merda existe então que seja para todos e pronto.
Ainda bem que Portugal aparece nas noticias por outras razões que não as mesmas de sempre.
PS: Peço desculpa por chamar merda ao casamento mas que organizar um casamento é uma merda là isso é!!