Monday, July 13, 2009

Miss Chica Esperta

Aqui há autocarros: são bons, relativamente rápidos, têm ar condicionado, às vezes cheiram a carne de porco cozida, param a cada 30 minutos para fazermos um chichizinho, têm televisão aos altos berros com Karaoke chinês e uns cortinados cor-de-rosa floridos para proteger do sol.

Mas ontem decidi apanhar um táxi local em vez de apanhar o autocarro. Pensei para mim: “por 7 USD faço 200 quilómetros, vou à hora que quero e chego mais rápido”.

A descrição da viagem de taxi resume-se a isto: íamos 7 num Toyota Corola (um carrinho pequeno). Éramos 4 atrás e 3 à frente (entenda-se que isto não era uma carrinha e que só havia 2 bancos à frente, não 3). O condutor partilhava o seu lugar com uma rapariga e mesmo agora, passado 24 horas, não consigo perceber como é que ele conseguia conduzir com mais de metade do rabo enfiado algures ali no meio dos 2 bancos da frente (já para não falar como ele conseguia pôr as mudanças). A senhora que ia ao meu lado era rechonchuda (gorda vá, a dar para o balofa para não dizer obesa – o Gato Fedorento ainda passa em Portugal?). O carro cheirava a chulé em fermentação. O homem parou umas trezentas vezes para fazer sei lá o quê, deixou cada alminha à porta de casa e eu fui a última das alminhas. A viagem durou 3 horas. Yupiiiiiiiii!
O condutor é o que está sentado no meio, do lado esquerdo estava uma rapariga e do lado direito um homenzinho que ia todo refastelado porque aparentemente tinha pago por 2 lugares e por isso tinha na verdade direito a um lugar só para ele. O resto de nós, comuns mortais, tinha direito a meio lugar.

2 comments:

edu said...

Excelente descrição. Senti-me deleitadamente enojado com a parte do "chulé em fermentação". Um regalinho!

CAL said...

Eu gosto do banco do condutor partilhado. A sério. Quase me saltavam os olhos das órbitas! :D

Quando se pensa que, em matéria de condução automóvel, já se viu tudo... a Shanti muda-se para o Cambodja e mostra-nos que não.